Opinião
Bravos rapazes vamos honrar a nossa pátria!
31 de Agosto, 2019
A modalidade de basquetebol em Angola, sempre nos proporcionou bons e altos momentos. Por isso, apesar de não ser a rainha, podemos dizer que é uma das que arrasta multidões e inflama paixões à sua medida e que, por força dos êxitos e alegrias que encarna, arregimentou muitos adeptos e aficionados, que procuram manter até hoje uma fidelidade férrea, ainda que, convenhamos, o nosso País esteja a experimentar alguns dissabores nos últimos tempos a nível do Afrobasket.
Na verdade, Angola caiu alguns furos abaixo a favor de outros países como Egipto, Mali, Senegal e outros que, “imitando” a forma como vínhamos trabalhando para conquistar títulos, uns atrás de outros, encontraram os expeditos caminhos e dando o ar da sua graça. Tudo isso, porque nós dormimos à sombra dos sucessos que somamos.
A mão cheia de títulos, que ao longo dos anos conquistamos, parece que terá pesado pouco para os dirigentes da modalidade, que não souberam manter um trabalho de continuidade profundo, na revitalização da modalidade, no surgimento de talentos, de clubes e na sustentação da modalidade bastante representativa, tal como o fizeram, a seu tempo, Vitorino Cunha, Vlademiro Romero, Mário Palma, Nuno Fernandes e outros daquele tempo, que ajudaram a forjar a identidade do nosso basquetebol.
Ao invés disso, ao longo dos últimos anos a modalidade vem definhando, decaindo , perdendo inclusive a sua idiossincrasia, complementada nos últimos tempos com a crise económica e financeira e, mais do que isso, com “guerrinhas palacianas” que, diga-se, nos últimos tempos tem fragilizado ainda mais a modalidade.
Perante todo este imbróglio (incompatibilidades, problemas de liquidação de dívidas, treinadores, enfim) e graças a nata de jogadores que, com profissionalismo, estoicismo, coragem, determinação e amor ao basquetebol, têm procurado honrar a camisola da Selecção Nacional. Por via das “janelas” de qualificação, conseguimos o apuramento à 18ª edição a Copa do Mundo da modalidade, que arranca hoje, 31 de Agosto, em oito cidades do gigante asiático, a República Popular da China.
Recordo que depois da estreia em 1986, sucederam-se outras presenças nesta competição Mundial, como em 1990, 1994, 1996 2002, 2006, 2010 e 2014, agora, em 2019, estamos presentes na cidade de Foshan, uma das oito cidades chinesas que albergam a prova, cujo pontapé de saída acontece hoje.
Embora com dificuldades mil que corporizaram a fase preparatória, com inúmeras incongruências, a selecção conseguiu unir um grupo coeso que pretende competir até a exaustão para, no mínimo, dignificar o País.
Aliás, nos variados torneios competitivos em que tem estado a participar, o combinado nacional de basquetebol procura a forma ideal e os argumentos suficientes, para ter uma participação a altura dos seus pergaminhos.
Eduardo Mingas, Carlos Morais, Yanick Moreira, Olímpio Cipriano, Valdelício Joaquim e outros, estão concentrados e de certeza absoluta não deixarão os seus créditos em mãos alheias, mesmo ostentando a idade que têm.
Aliás, este factor parece que tem sido determinante, em função da larga experiência que carregam, para incentivar os mais jovens como Gerson Domingos, Gerson Lukeny, José António, Leandro Conceição e outros.
Entretanto, uma das muitas referências históricas do nosso percurso nestas lides é sem dúvidas o Campeonato do Mundo de 2006 que decorreu no Japão, onde Angola obteve o honroso 9º lugar, sendo até agora a melhor classificação de sempre do nosso combinado nacional numa prova à escala planetária.
O Grupo D em que estamos inseridos, conjuntamente com as selecções da Sérvia, Itália e Filipinas, coloca-nos em alerta apesar da potencialidade dos mesmos, Angola pode sonhar e almejar fazer uma gracinha.
A Sérvia, com quem jogamos hoje a partir das 8H30, para a primeira jornada é das tais candidatas ao título, mas ainda assim, contará com o dinamismo, o estoicismo, a entrega, enfim, Angola tem que demonstrar em campo que está nesta Copa do Mundo para também competir, ainda que seja a seu nível e à sua maneira.
Começa assim a odisseia de mais uma participação de Angola num campeonato do Mundo, com objectivo de alcançar uma classificação honrosa que, pelo menos, nos garanta a possibilidade de apuramento directo ou ter o “passe” para disputa do torneio de apuramento aos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
Morais Canâmua
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