Opinião
por Morais Canâmua
Mulher, heroína do desporto
07 de Março, 2020
Hoje o tema em abordagem é o desporto conjugado no feminino, por força do mês de Março que vivemos e porque se nos oferece a oportunidade de devotarmos carinho, atenção, solidariedade e consideração às nossas desportistas, que concordo, não pode ser só em Março, por ocasião do mês dedicado à elas. Claro que não!
Assim, vamos então fazer uma abordagem exaustiva e corrida, naquilo que representa a mulher no desporto nacional. Claro, que o tema não se esgota, com as poucas palavras que irei debitar neste espaço. Há muito que se lhe diga.
Entretanto, convenhamos, no mosaico desportivo nacional, o andebol, feminino claro está, é o que maior pendor tem nesta balança, nesta análise que nos oferecemos fazer. Palmira Barbosa, Ana Paula do Sacramento, Elisa Webba, Filomena Trindade, Nadir de Almeida, só para citar algumas, cujos nomes de facto dizem alguma coisa aos nossos ouvidos. Soam de forma bastante especial, porque foram algumas que iniciaram e sustentaram a epopeia de um percurso vitorioso, mesmo debaixo de dificuldades mil.
O país vivia, então, grandes dificuldades, principalmente, no que a paz social diz respeito, ainda assim, o desporto tinha vitalidade e as mulheres manifestavam vigor e um interesse inigualável na prática do desporto. Para além do andebol, as mulheres mostraram garra, igualmente, em outras disciplinas desportivas, em que procuraeam, ao lado do homem, trilhar caminhos e conquistar o seu espaço. Aliás, as oportunidades estavam repartidas e obviamente, que as fatias na divisão do bolo também. Os orçamentos eram equitativos porque a produção era visível. Havia resultados.
O basquetebol, o atletismo, o futebol, o judo, a natação, enfim, outras disciplinas exalavam também o seu perfume. Elsa Freire, Nádia Cruz e outras foram dos expoentes na natação com participações notáveis a nível de várias edições dos Jogos Olímpicos. Por seu turno, Ana Isabel é, por si só, o maior expoente do atletismo nacional que de igual modo proporcionou muitas conquistas para Angola, à semelhança de Fátima Faia que no judo mostrou o vigor da mulher angolana.
A nível do futebol, infelizmente, não conseguimos vingar. Em determinado momento tivemos atletas da estirpe da Jú, Tânia, Didi, Caró, Irene Gonçalves (a demolidora), entre outras mais, não conseguimos ir longe por falta de estruturação disciplinada e sustentada. Quando essa geração terminou a carreira…., praticamente, acabou o futebol feminino. Nos últimos tempos temos notado uma revitalização tímida e confusa. Prova disso, fomos precocemente eliminados numa competição africana em que “como aventureiros”, diga-se, tentamos entrar.
Para lá daquelas, independentemente das épocas e dos tempos, nos dias que correm, são várias as mulheres que continuam a emprestar o seu charme à causa desportiva. Noves -fora as diferenças do tempo e às mudanças de imensos paradigmas, as mulheres continuam de “pedra e cal”. As mesmas razões que motivaram a nossa Manuela, no basquetebol, são as mesmas que motivaram a Nachissela Maurício e são, precisamente as mesmas, que motivam a Rosa Gala, Nguendula Filipe ou a Felizarda Jorge. A mesma força que moveu Palmira Barbosa, foi a mesma de Marcelina Kiala e a mesma que move a Albertina Cassoma e a Helena Paulo.
A mulher merece um pedestal maior do que aquele que imaginariamente o oferecemos. Nunca regateou à luta, aliás, assumiu-se sempre como guerreira e intrépida, bem ao estilo de Njinga Mbandi, Deolinda Rodrigues e outras, que valorizam a nossa história em todos os tempos e em todos os sentidos. O mais relevante é que quer as antigas guerreirasm, como as actuais que se disponibilizam em fazer desporto, ganhando e perdendo e em muitos casos conquistando medalhas, o fazem na mesma condição. Ou seja, são filhas, namoradas, noivas, esposas, donas de casa, mães, enfim, fazem com o prazer de serem mulheres, muito diferentes, em muitos casos, dos homens. E, ainda assim, com muitas glórias conquistadas.
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