Opinião
O dia em que a Rússia despiu os preconceitos
28 de Junho, 2018
Nestas andanças de cobertura de eventos desportivos, sobretudo no continente europeu, somos surpreendidos com várias histórias, umas mais interessantes que outras. Já vimos e escutamos de quase tudo. Passamos dificuldades, vivemos emoções e conquistamos paixões, amores, amizades... enfim!
Nos tempos que correm, as histórias de quem reside em território russo, esteja de visita rápida ou prolongada são agradáveis.
São histórias de novos tempos, tempos que ajudam a apagar da memória colectiva da comunidade africana alguns períodos de terror. É verdade. A problemática do racismo há muito que deixou de conviver com os negros residentes ou em passeios pela Rússia. Ainda que alguns cidadãos locais se mostrem ainda rígidos em aceitar ou de forma escamoteada ainda persistam em recusar a existência da raça negra, dizem alguns angolanos que cá vivem, que a actual realidade nada se assemelha com o passado. Alguns angolanos com quem conversamos demoradamente em Moscovo, que acabaram por fixar residência por força da paixão pelas cidades e, pois claro, por não resistirem à beleza da mulher russa, loira e de olhos azuis, falam felizes e não gostam de falar do passado. Precisam esquecer.
Falam sobre declarações explícitas de racismo, que fizeram eco no passado. Sobre afirmações de russos que não aceitavam conviver com cidadãos africanos negros.
Que o racismo existe em alguns países europeus e até africanos, isso estamos fartos de saber, mas o que ninguém estará, certamente, disposto a ouvir é a declaração explícita
de racismo. Confessam, por isso, alguns estudantes angolanos em Moscovo, não perceberem como nos dias de hoje alguém se atreva a proibir os seus concidadãos a fazer sexo com estrangeiros durante o Mundial-2018, e de preferência evitar contacto com negros. Ainda bem que pelas ruas de Moscovo é possível constatar o inverso.
Brancos e negros, africanos e europeus convivem a volta da mesma mesa de bar e partilham da mesma bebida. Num ambiente agradável e descontraído, como se de irmãos da mesma mãe se tratassem!
São tempos novos, diferentes do passado, em que alguns bolseiros, volta e meia, tinham de confrontar-se com sinais de segregação. Um dos exemplos mais revoltantes prendia-se com o facto de a mulher russa que assumisse uma relação com um homem negro corria o risco de sofrer desprezo de vária ordem.
Era rejeitado pela família e pela sociedade. Sofria muito mais o seu filho, por ter sido gerado de uma relação amorosa com um homem negro.
Há ainda o exemplo de um cidadão africano residente em Moscovo, há já vários anos, de ter visto o filho ser expulso de uma academia de judo, porque os pais dos cidadãos russos terem ameaçado retirar as suas crianças do local, enquanto o menino negro permanecesse na academia. Tempos, seguramente, para apagar da memória!
Paulo Caculo
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