Opinião
Segredo dos Deuses no contrato dos atletas
04 de Junho, 2018
Na realidade actual, em que não há já segredo que dure para sempre, existem ainda razões para o clube escamotear/omitir o valor das contratações de jogadores?
Só coloquei esta questão porque acabamos de dar a noticia de que o Interclube vai, contratualmente, contar com a serventia do médio Denny Palege, um \"craque\" que veio da equipa do Deportivo Rayo Cantabria, que embora da terceira divisão, é de um país, a Espanha, onde o futebol está competitivamente em alta.
Quanto é que este \"grande reforço\" vai custar aos cofres do Interclube, para a segunda volta do campeonato nacional Zap, onde, como \"ala\", aos 27 anos de idade, só assinou para seis meses com o imperativo de só renovar se tiver rendimento ?
A resposta é que os Polícias também fazem a apologia do segredo. O presidente do clube, Alves Simões, apenas vai dizendo que interessa o título e nada mais. Quanto é que investiu então para o título? Também nenhum polícia quer revelar.
Para não me cingir apenas aos Polícias, tem sido esta, no geral, a postura de outros presidentes de clubes. E antes do pontapé de saída do Girabola Zap deste ano, foi, mais uma vez, tabu, ouvir-se falar de valores movimentados para a aquisição de jogadores.
Mesmo a Federação Angolana de Futebol - a não ser das multas que a instituição estampa em comunicados públicos de semana a semana - prefere estar fechada em copa: tudo no segredo dos Deuses; todo segredo fechado a sete chaves.
A atitude tem de mudar e isto será bom, porque o segredo viola até o direito à informação do sócio ou adepto, que vê a sua equipa a contratar um jogador, um treinador, sem poder fazer avaliações destas coisas de custo-benefício. Vale a pena sair da desconfiança, neste tempo de crise.
Os clubes podem fazer saber publicamente os seus orçamentos de milhões de kwanzas ou dólares para a época. Não podem apenas exigir que a FAF revele a \"fatia do bolo\" da ZAP para cada clube, porque aquele canal está a ficar com os direitos televisivos dos seus jogos no Girabola de 2018 .
Como se sabe, o valor disposto pela ZAP é de quatro milhões, sendo um milhão e meio dedicado ao vencedor e... o resto para pagamento dos direitos televisivos.
Portanto, quem não deve, não teme e...então, bom será ver os clubes agora a abrirem, pública e oficialmente, o mesmo \"jogo\" que a federação faz, dizendo-lhes o que recebem da ZAP . Não se pode apenas saber de conversa de pé de orelha de que o jogador fulano aufere tal e o beltrano \"xis\".
Já me disseram, há anos, que, por exemplo, o Petro de Luanda é o clube do Girabola que mais gasta por época desportiva. Algo como 308 milhões de kwanzas ¬(quatro milhões de dólares).
Mesmo que se diga, à boca pequena, que o Conselho de Administração do Grupo Sonangol - sponsor do clube - reduzirá o que anual e astronomicamente despende, quanto paga o Petro a cada jogador em época de crise?
E quem pode falar verdade no 1º de Agosto, que já chegou a ter um orçamentou de 107, 8 milhões de kwanzas (1,4 milhões de dólares) para o Girabola, Taça de Angola e Afrotaças?
E o Kabuscorp do Palanca que, igualmente, já chegou, noutro tempo, a investir 292, 6 milhões de kwanzas (3,8 milhões de dólares)?
Quem fala destes clubes pode fazer a mesma pergunta ao Recreativo do Libolo, ao Sagrada Esperança e a outras equipas que, já sabemos, no início dizem estar capacitada financeiramente e, a meio do campeonato, dão cara com discursos de pobreza, senão mesmo dramático e chantagistas, encurralando as empresa patrocinadoras, os governos de província e, afim.
António Félix
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