Opinião
Uma vitória promissora
13 de Outubro, 2018
A vitória dos Palancas Negras ontem, por 4-1, no estádio 11 de Novembro, diante da Mauritânia, abre perspectivas largas para que o nosso país marque presença na maior cimeira futebolística africana, a ser realizada no próximo ano, nos Camarões.
Embora tenha, no cômputo geral, feito seis pontos, a vitória do combinado nacional acaba por ser um sinal de que tem “estofo” para chegar lá.
A jogar em casa, diante do seu público, Angola fez jus ao seu favoritismo inicial, colocando em sentido uma selecção que, à partida, era tida como a “outsider” do grupo, onde pontifica a equipa do Burkina Faso, julgada ser a principal adversária, relegando o Botswana e esta Mauritânia para planos abaixo.
Ao contrário dessas previsões, a Mauritânia “assanhou-se” e surpreendeu, na segunda jornada da competição referente ao Grupo I de qualificação, a sua congénere do Burkina Faso, tida então como o verdadeiro “papão” do grupo, depois de na ronda inaugural ter batido Angola por 3-1.
Os três primeiros pontos alcançados pelos Palancas Negras na segunda jornada, diante do Botswana, abriram de facto perspectiva maiores, embora, convenhamos, o triunfo dos mauritanianos diante dos burkinabes não estivesse nas nossas previsões.
Ainda assim, acabou por animar o “puzzle” e conferiu maior competitividade e preocupação aos contendores, principalmente Angola, que tem imensas responsabilidades neste grupo, por precisar da qualificação como pão para a boca.
A vitória, nesta terceira jornada, confere agora preciosos seis pontos aos Palancas Negras, que precisam de continuar a consolidar as suas prestações.
Agora, no jogo de resposta, na Mauritânia, necessitam apenas de estar ao seu nível e atrapalhar as intenções do adversário que, de certeza quererá dar o troco no seu reduto. Um empate em casa alheia seria de facto “ouro sobre azul”, a julgar pela perspectiva inicial de se fazer, no mínimo, quatro pontos, neste duplo confronto. Ao ser assim, Angola poderia ficar muito mais próximo da qualificação e voltar aos grandes palcos, ausente que está há largos anos.
Na verdade, a postura que o combinado nacional evidenciou ontem, confere à todos os angolanos amantes do futebol, um alento grande de ela continuar a produzir emoções positivas, rumo à sua afirmação continental.
Para quem como Angola, esteve num mundial de futebol e organizou um dos Campeonatos Africanos das Nações (CAN) mais bem referenciados, o de 2010, deve aspirar estar sempre entre os melhores.
Deixa-me referenciar um outro aspecto interessante que, de certeza, a vitória de ontem não pode, nem deve esconder. Trata-se do caso do seleccionador Srdjan Vassiljevic, que na véspera de um jogo deste quilate, apresentou queixumes. Claro que o homem deve se ter saturado de imensas promessas e, na prática, não estar a ver absolutamente nada. Depois disso, houve naturalmente vozes da parte da Federação Angolana de Futebol (FAF) a tentar desmistificar e a dizer que, tudo está conforme e que o técnico foi já ressarcido das dívidas que permaneciam e que causavam alguma mossa.
Em minha opinião, isso não pode continuar assim. Ou estamos num processo sério, ou continuamos a brincar aos futebóis. Sabemos que as dificuldades são imensas. Há crises e, enfim, os financiamentos para acudir despesas não são fáceis de serem desbloqueados mas, pelo menos, sejamos coerentes ao tratar as questões com quem trabalha e já demonstrou que veio para ajudar, mesmo consentindo sacrifícios. Esperamos que a vitória alcançada ontem, sirva também de reflexão para quem manda no futebol e nisso estendendo a atenção aos atletas, regularizando as dívidas e criando, sobretudo, incentivos para as jornadas que ainda temos, para conseguirmos a qualificação desejada.
Apesar de tudo, a vitória de ontem significou apenas três pontos, que somados aos nossos três, fazem seis, e nada mais. Temos que continuar a somar, porque apenas se disputaram três das seis jornadas previstas. Tenho dito!
Morais Canâmua
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