CPA decide relançar a natação

Dirigente acredita no ressurgir da modalidade que deu as primeiras medalhas ao país
Fotografia: JOSE COLA | Edições Novembro
A natação paralímpica, modalidade que em 1999 deu as primeiras medalhas de ouro ao desporto adaptado angolano, por intermédio de Irene Bandeira e N´gola Aguiar , vai ser relançada, ao longo do corrente ano.
A informação foi avançada pelo secretário-geral do Comité Paralímpico Angolano (CPA), António da Luz, que falava à margem do encontro nacional do desporto para pessoas com deficiências, que se realizou ontem, na sede da instituição.
O relançamento da modalidade, vai começar com uma acção formativa para treinadores, no âmbito da parceria com a Agitos Foundation. António da Luz disse ainda que o quadro actual de infra-estruturas no país, é favorável ao relançamento da especialidade.
\"Vamos ter formação para o basquetebol , em cadeira de rodas, e logo depois, teremos outra formação, com técnicos brasileiros para o atletismo e a natação. Nesta altura, queremos ter um grupo de jovens mobilizados, para depois da formação começarem a trabalhar. Temos, neste momento, alguma acessibilidade e boa relação com a piscina do Alvalade, podemos começar por aí, o 1º de Agosto está aberto, o Clube Náutico está aberto, pensamos ter condições para começar com a natação. Vamos ver o Lobito como é que está, outras províncias que também têm piscinas. O curso vai ser de âmbito nacional, para ver se relançamos a natação, já neste ano\", anunciou.
O encontro contou com participação de representantes das 18 províncias e entre as suas decisões, há a destacar a aprovação do relatório de actividades de 2018, a ser submetido na próxima Assembleia-geral do CPA.
Os participantes concluíram, que o quadro da prática do desporto adaptado no país não é dos melhores, também não está muito mal, na medida em que as actividades planificadas foram realizadas.
O Desporto paralímpico realizou os diversos campeonatos nacionais, sob a égide do CPA, participou na São Silvestre, na meia -maratona Fuga para a Resistência e outros eventos.
Os participantes lamentaram as exíguas condições disponíveis para a prática desportiva e as condições de acesso para os paralímpicos.
\"Nós precisamos de campos, pistas, piscinas, falta tudo isso e há províncias, onde temos dificuldades de entrar num pavilhão para treinar. O nosso futebol não treina na relva, muitos treinam em terra batida, em espaços baldios improvisados e somos campeões do mundo. Não temos pistas e somos campeões e recordistas mundiais. Isto, é que tem de despertar o interesse e a vontade política, para que as coisas possam fluir. Há estes défices todos, que temos de superar\", comentou.
JOSÉ SAYOVO
SEM HOMENAGEM
O encontro nacional do Desporto para Pessoas com Deficiência, presenciado por José Armando Sayovo, deplorou ontem o facto de há dois anos a prova que homenageia aquele antigo campeão mundial e paralímpico, não estar a ser disputada.
\"É uma prova que se realiza, sob a égide do CPA, mas com financiamento do Ministério da Juventude e Desportos, que alega não ter financiamento, nós não podemos fazer nada\", explicou António da Luz que dirigiu os trabalhos do encontro.
A prova consta do calendário de competições do CPA, para a presente época e prevê disputar-se em Março, segundo apuramos, o CPA não recebeu qualquer verba para a materialização da prova, pelo que os receios de outro ano sem homenagem a Sayovo, aumentam.
O atleta paralímpico angolano conquistou três medalhas de ouro, nos Jogos Paralímpicos de Atenas, Grécia, em 2004, nas provas de 100, 200 e 400 metros, na classe de T11 (deficiência visual total).
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