Jogador trocou os tabuleiros de xadrez pelos microfones da rádio desportiva

Bravo da Silva, como é conhecido nas lides jornalistas
Fotografia: Jornal dos Desportos
Bravo da Silva sente-se estimulado pelo desejo de informar sempre com verdade e isenção com base nos cânones do jornalismo. “Para cumprir com brio este serviço de difusão, logicamente que tenho de estar muito bem informado, para que possa informar o exigente público ouvinte. Na minha opinião, o jornalismo é acima de tudo um trabalho pedagógico; o jornalista é como um professor que só deve abordar matérias depois de estar devidamente abalizado”, sublinhou. Quanto à sua trajectória como desportista, Bravo da Silva revelou que actualmente só pratica desporto de lazer, a começar pelo “jogging”, correndo de manhã cedo para manter a forma física. “Pratiquei xadrez, ao mais alto nível. Comecei a jogar no Namibe, por influência do meu irmão mais velho, Abílio David da Silva, que era treinador e capitão do Interclube do Namibe em 1986”, revelou. Vitória e empate com Adérito Pedro Como jogador de xadrez, Bravo da Silva tem muito boas recordações, entre as quais uma vitória e um empate com um dos melhores jogadores da actualidade. “Sem querer ser juiz em causa própria, nunca perdi diante do melhor xadrezista angolano de todos os tempos, o Mestre Internacional Adérito Pedro. Em 1993, de brancas no “nacional” de juniores, venci-o em 54 lances num final de torre e peões, após uma Defesa Índia de Rei, variante de quatro peões”, recordou. “No mesmo ano, no “nacional absoluto”, empatámos numa Defesa Siciliana, variante Najdorf, aos 45 lances, num final de peões e bispos de cor diferente, que teoricamente geralmente termina em empate”, acrescentou. PONTOS FORTES Aptidão natural dos angolanos Na óptica de Bravo da Silva, o ponto forte do “puzzle” desportivo é a aptidão natural dos angolanos para o desporto do ponto de vista geral, em particular o basquetebol, o andebol, o hóquei em patins, o xadrez, os desportos náuticos, o atletismo nas disciplinas técnicas e de velocidade, o futebol e agora a ginástica. “Realço como excelente o investimento do Executivo em infra-estruturas, com particular realce para as unidades arquitectónicas nas escolas e nas comunidades, que faz reacender o desporto comunitário. Penso que precisamos de mais locais para a prática deste fenómeno social e a partir das escolas urge criarem-se condições infra-estruturais para a construção de piscinas, pistas de tartan e de cinza e ginásios, visto que a natação, o atletismo e a ginástica são a base do desporto”, disse. O jornalista defende que o factor humano é fundamental, porque Angola precisa de mais gente formada no treino desportivo em várias vertentes, para fazer face à quantidade de crianças e jovens que querem praticar desporto. “Esta aposta também passa pela construção de mais institutos médios e superiores de educação física. A lei do mecenato também será fundamental, já que este instrumento legal vai encorajar os nossos empresários a investirem mais no desporto, em troca de benefícios fiscais”, defendeu. A concluir, sustentou que o desenvolvimento sustentado passa necessariamente pela base, a partir do desporto na escola, a formação infanto-juvenil nas mais variadas modalidades e uma óptima instrução dos monitores, professores de educação e treinadores. Bravo da Silva realiza na Rádio Cinco, o programa “Futuro”, que aborda o desporto na escola e tem sido o meu maior contributo à causa do desporto angolano. MARCOS Bravo da Rosa considera que o começo de qualquer actividade é sempre o ponto mais marcante de qualquer profissão. “Na Rádio Ecclésia, o ponto mais marcante, sob a direcção do Frei Zé Paulo, foi o facto de ter assumido a administração da Redacção Desportiva. Na Rádio Cinco, sob a direcção de Carlos Pacavira, foi-me incumbida a missão de chefiar a área de básquete, cargo que ocupo até à presente data”, disse. “O Dívua Manuel, quando eu ainda era dirigente do núcleo provincial de xadrez no Namibe, foi um dos colegas que me impulsionou a enveredar pela profissão. Já em relação ao meu crescimento no jornalismo, destaco o apoio do Frei Zé Paulo, o Carlos Veiga, o Walter Cristóvão, o João Pinto, o António de Sousa, o Ismael Mateus, o Arlindo Macedo, o António Clara, o Vaz Kinguri, o Cristiano Barros, o ‘mestre’ Izildo Afonso e o Isaac dos Santos”, assinalou. RENDIMENTOS “Acredito que melhores dias virão” O antigo jogador de xadrez e dirigente que tem formação na área de locução e de jornalismo na Rádio Ecclésia e na Litomídia, além dos seminários na Rádio Cinco sobre as regras das mais distintas modalidades, com realce para o curso da FIFA, acha que devia ganhar mais. “O salário que aufiro não se ajusta ao actual nível de vida, no entanto acredito em dias melhores e tenho confiança no trabalho que está a ser feito pelo Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola”, admite Bravo da Silva. FAMÍLIA Sobrinho ganha bronze nos jogos da CPLP O sobrinho de Bravo da Silva, Gilberto Jorge Marques Fernandes, filho da sua irmã Arlete, joga voleibol de praia e conquistou a medalha de bronze nos Jogos da CPLP em 2010, em Maputo, Moçambique. “O meu irmão Valdemiro Bravo da Silva jogou xadrez e ténis. A minha irmã, Maria de Jesus, jogou andebol, ao passo que o meu irmão mais velho, Abílio Silva, jogou voleibol, básquete, andebol, hóquei em patins, futebol e xadrez”, revelou o jornalista. Questionado sobre o seu próximo objectivo no desporto, Bravo da Silva, evitou utilizar o termo dirigente. “Actualmente precisamos de gestores desportivos e tudo passa por uma aposta mais profunda a partir de base, desporto escolar, depois academias para as várias modalidades, clubes, e certamente os mais capazes devem chegar aos centros de alto rendimento”, indicou. MOMENTOS Narração de eventos internacionais Para o profissional que prefere ser tratado por jornalista e não radialista, os momentos mais marcantes na sua trajetória foram a narração dos “mundiais” de 2006 de futebol na Alemanha e de basquetebol no Japão para a Rádio Ecclésia. “Desde 2007, já na Rádio Cinco, os instantes mais importantes foram ter moderado o programa “Bancada Central”, narrar jogos dos “nacionais” de basquetebol e andebol nas duas classes, além do relato de duas finais da NBA no sistema de ‘play-offs’, à melhor de 7 jogos”, sublinhou. “Na temporada 2011-2012, a vitória do Miami Heat frente ao Oklahoma City Thunder por 4-1 e na temporada que recentemente terminou o triunfo dos Miami Heat de Lebron James diante dos Sant António Spurs por 4-3, foram os momentos marcantes”, acrescentou. Bravo da Silva também narrou o combate de boxe para o título mundial de boxe em meios pesados, versão UBC (Conselho Universal de Boxe) entre o angolano Tony Kikanga e o romeno Adrian Cerneaga. “A minha narração daquele combate de boxe foi uma situação de recurso, já que o narrador escalado teve uma questão familiar para resolver. Relatei de seguida a final da Liga dos Campeões Europeus em Futebol, temporada 2019-2010, em que o Inter de Milão derrotou o Bayern de Munique por 2-0, com tentos do argentino Diego Milito”, acrescentou. POR DENTRO Nome completo: António David Bravo da Silva Filiação: Filho de Armindo David da Silva e de Teresa da Costa Bravo Nascimento: 19 de Junho de 1974, no Bairro da Carreira de Tiro em Malange, às 13h00 de uma quarta-feira, num dia de céu aberto Estado Civil: Solteiro. Vive com a esposa, Cristina Faustino Filhos: Duas meninas: Alícia Condoliza e Angla Ruth Peso: 85 quilos Altura: 1, 67 metros Calçado: 42,5 Prato preferido: Funge com bagre fumado em molho de palma, quisaca, uce e feijão de olho de palma Bebida: Vinho, de preferência francês, italiano ou espanhol Tempos livres: Ver televisão, ler, passear com a família, visitar a família e os amigos Clube(s) preferido(s): Independente Sport Clube do Tômbwa em Angola, Sporting em Portugal, Barcelona em Espanha, Inter de Milão na Itália, PSG em França e Chelsea na Inglaterra. “Quanto a selecções, sou adepto da Alemanha e da Nigéria. E gosto muito da NBA: sou simpatizante dos Boston Celtics.” Cidade: Atenas, Grécia, pela sua mitologia. País: Alemanha, pela vitória do trabalho sobre o talento Perfume: Yves Saint Laurent (La Nuit) Religião: “Sou cristão, sou assistente das reuniões das Testemunhas de Jeová no salão do Reino.” Ídolo: Deus Alguma vez mentiu?: Sim, de vez quando vale mais uma mentira doce do que uma verdade amarga. Sonho/desejo: “Conhecer os meus netos e ver uma Angola cada vez mais evoluída e com menos assimetrias sociais. Estou convicto que nos próximos 10 a 15 anos o Executivo vai debelar estas diferenças e obviamente está no bom caminho.”
edição impressa
subscreverversão impressa
tempo

Max:32ºC Min:25ºC

Max:30ºC Min:25ºC
inquérito
O que acha da escolha da Selecção A?
Você e o Jornal dos desportos
Cartas dos leitores
Participe, escreva ao Jornal dos Desportos