O braço direito da Macovi na massificação do "jogo ciência" merece mais apoio

José Fernando João técnico de xadrez
Fotografia: Jornal dos Desportos
Um dos lugares tenentes para o xadrez da Escola Macovi chama-se José Fernando João, 23 anos, que tem estado nos últimos tempos na formação de novos valores da modalidade, principalmente no escalão feminino, sem que a Federação Angolana de Xadrez (FAX) preste atenção com os devidos incentivos.
De facto, sempre que nos deslocamos à Escola Macovi, para assistir a uma sessão de xadrez que aquele técnico ministra ao longo de quase toda a semana a dezenas de crianças dos oito aos 14 anos de idade, num dos espaços existentes no parque Augusto Ngangula, no Bairro Popular, salta-nos à vista as dificuldades que o activista enfrenta.
Mesmo assim, a vontade de José João não esmorece e garantiu à reportagem do Jornal dos Desportos que os objectivos da escola Macovi para os próximos anos é continuar a formar e estender filiais da instituição um pouco por todo o País. “A nível internacional vamos competir ao mais alto nível e conseguir as normas de mestre que vão garantir à nossa instituição - que é pioneira na massificação da modalidade - outro tipo de reconhecimento e fazer com as autoridades angolanas comecem a ver-nos de outra forma. A escola tem feito muito para conseguir alcançar estas metas”, disse.
José João começou a jogar xadrez na brincadeira com os seus primos quando tinha apenas 11 anos. “Quando o presidente da escola Macovi, Marcelino Correia Victor, nos fez o convite para aprendermos a jogar xadrez, ganhámos o gosto pela modalidade que se mantém até hoje”, disse.
O treinador/jogador José João, que por inerência de funções não está no activo a 100 por cento, é da geração de xadrezistas como Yuri António, do Progresso do Sambinzaga, Carlos Fernandes e Erickson Soares, ambos do 1º de Agosto. Para conciliar a sua actividade no xadrez com outras, José João tenta equilibrar da melhor maneira possível. No período da manhã vai à faculdade e à tarde dedica-se a ensinar a jogar xadrez, fazendo disso a sua rotina diária.
“Já não jogo xadrez a 100 por cento durante uma época. Participo como jogador apenas nos campeonatos por equipas. Sendo uma prova muito competitiva, serve perfeitamente para testar o meu nível”, reconhece.
MOMENTOS
“Quando venci o GM norte-americano Maxim Dlugy senti-me feliz”
Para José Fernando João, um dos momentos marcantes da sua carreira como xadrezista foi quando venceu o Grande Mestre norte-americano Maxim Dlugy numa simultânea de xadrez na Praça da Independência (1º de Maio), à margem da visita do ex-campeão mundial GM Anatoly Karpov a Angola, há anos atrás.
“Como treinador, foi quando as minhas atletas conquistaram o campeonato nacional de juvenis em Benguela em 2011 e no Namibe em 2012, concretamente, através de Domingas Tavares e Esperança Caxita”, revelou.
Na óptica de José João, o xadrez angolano ainda enfrenta algumas dificuldades que originam os “solavancos” que se sentem.
“Digamos que ainda falta algum trabalho da parte dos responsáveis da modalidade. O xadrez tem que abranger todo o país. É uma alegria ver num campeonato nacional as 18 províncias participarem na prova. Quando atingirmos essa fase podemos dizer que estamos no bom caminho e de certeza vamos ter Grandes Mestres no país”, concluiu.
POR DENTRO
Nome completo: José Fernando João
Local e data de nascimento: Luanda aos 02/11/1990
Filiação: Januário Francisco João e Celestina José Fernando
Estado civil: Solteiro
Namorada: Não tenho
Filhos: Não tenho
Altura: 1,62m
Peso: 56 kg
Calçado: 41
Cor preferida: Azul e preta
Prato preferido: Feijoada
Bebida: Sumo
Tempos Livres: Ficar com os amigos ou ler um livro
Cidade: Luanda
País: Angola
Perfume: Diversos
Ídolo: Não tenho
O que mais teme: Perder as pessoas que eu mais amo
Religião: Testemunha de Jeová
Clube do coração: Petro Atlético e Real Madrid
Carro próprio: Não tenho
Casa própria: Não tenho
Já alguma vez mentiu: Já
Desejo/Sonho: Estar no paraíso
PING – PONG
“Apostava na formação de treinadores e na introdução do xadrez nas escolas”
Jornal dos Desportos - O que fazia para melhorar?
José João: Apostava na formação de treinadores, na introdução do xadrez nas escolas e na melhoria da distribuição de matérias em todas as províncias, sem esquecer o apoio aos técnicos, que são o garante na transmissão dos conhecimentos aos novos valores.
JD: Alguma vez pensou ser candidato a uma federação desportiva?
JJ: Não.
JD: E se fosse convidado aceitava?
JJ: Não. Ainda não é o momento para pensar em estar aí.
JD: Qual é o conselho que deixa aos xadrezistas?
JJ: Há um ditado que diz: “quem corre por gosto não se cansa”. O conselho que eu deixo é no sentido dos iniciados ou principiantes no xadrez continuarem a trabalhar, pois só assim conseguem alcançar outros patamares.
JD: Quais são as dificuldade que a escola tem passado?
JJ: A escola tem passado muitas dificuldades, principalmente no que se refere ao transporte. Temos tido muitos problemas para nos deslocarmos às províncias para disputar os campeonatos nacionais e outras actividades particulares da escola. Os custos do transporte aéreo são muito elevados e um autocarro que a FAX nos prometeu há tempos dava-nos muito jeito. Em Luanda temos mais de 200 atletas e outros tantos espalhados pelas nossas filiais um pouco por todo o País, mas temos muito poucos apoios financeiros.
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