Uma em seis crianças, na Nigéria, passa fome, mais 25% do que em 2023, devido ao aumento da insegurança, conflitos prolongados e preços dos alimentos, segundo a organização não-governamental Save the Children. Em comunicado, ontem divulgado pela Reuters, na análise da organização dos números divulgados pelo Quadro Harmonizado, que identifica a insegurança alimentar e nutricional no Sahel e na África Ocidental, indica-se que quase 32 milhões de pessoas na Nigéria, incluindo 15,6 milhões de crianças, enfrentarão níveis de crise de fome entre Junho e Agosto, se não receberem assistência alimentar e monetária.
Embora estes sejam os meses em que normalmente a fome atinge os valores mais elevados na Nigéria, mais um quarto das crianças deverá passar fome, em comparação com 2023. A análise sugere que mais de 3,4 milhões de crianças adicionais, cerca de 9 mil por dia, passaram fome no último ano. As mortes violentas, os ataques e os sequestros perpetrados por grupos armados não estatais no norte do país afectaram a produção alimentar, perturbaram os mercados locais e levaram os agricultores a fugir das suas explorações.
De acordo com a Associação dos Agricultores Nigerianos, desde o início do ano foram mortos pelo menos 165 agricultores em toda a Nigéria, a maioria dos quais em Benue, na região Centro-Norte do país que, segundo as Nações Unidas, é um foco emergente de conflitos entre agricultores e pastores. "A já terrível situação de fome está a agravar-se gradualmente à medida que a violência, a insegurança e o aumento dos preços se conjugam para deixar mais de 15 milhões de crianças com fome na Nigéria.
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